domingo, 19 de junho de 2011

                                                      CAPÍTULO 20 – Novos Encontros


Pouco tempo depois, Graça e Amélia partiram para uma cidade um pouco distante. Parecia um lugar bem desenvolvido, diferente de Novo Horizonte. Era uma espécie de cidade-sede para quem quer aprender melhor os ensinamentos. Um verdadeiro campus universitário. Havia grandes escolas em quase todas as ruas.
Ficaram em um prédio enorme, muito diferente de tudo que já viram na Terra. Parecia até um filme de ficção. Graça ficou admirada com tanta beleza. O lugar era arejado, as paredes retiam o calor e os ruídos externos. As luzes eram resplandecentes e as salas eram cheias de bancas enormes, muito confortáveis. Os livros eram de um material que não é conhecido na Terra, parecia que nunca se estragavam. Tudo era tão diferente, que dava até medo. Amélia até fingia não sentir, porque não queria que Graça ficasse impressionada.
Algum tempo depois, elas se encontraram com duas moças que vieram recebê-las, demonstrando simpatia e atenção:
Olá, senhoras, sejam bem-vindas. Vamos acomodá-las em seus quartos.
Aqui mesmo?
Sim, temos casas preparadas para hóspedes e para estudantes.
Nunca vi uma cidade assim.
As moças se olharam e sorriram. Disseram:
Essa é a menor de todas. Há outras muito mais avançadas. Mas, o melhor agora é que vocês descansem, amanhã começam as aulas.
Elas foram encaminhadas ao quarto que, aliás, era muito amplo. Então, Foram dormir, ou melhor, tentaram dormir, porque Graça começou a chorar.
Que foi, Graça?
Amélia, será que estamos no lugar certo? Eu, quando era pequena, ouvi falar que o... Você sabe quem era muito rico e atraia as pessoas para lá.
Graça, se acalme, logo logo você se acostuma. Não existe esse tal de diabo, isso é uma invenção.
Nem fale esse nome! Amanhã, gostaria de falar com irmã Luísa.
Deixe Luísa em paz. Quando ela precisar, irá nos telefonar. Agora durma.
No outro dia, antes do início das aulas, Amélia e Graça encontraram Dr. Flávio andando pelos corredores da universidade. Ele, que iria dar aulas de medicina, as reconheceu e foi falar com elas:
Amélia, você por aqui? Está estudando?
Não sei. Mandaram-me para cá para aprender a ter mais paciência, eu acho.
Que bom vê-las! Mais tarde terei tempo para conversar, mas agora estou com pressa, até logo. ─ E saiu apressado para iniciar sua aula.
Nossa, como ele é simpático, não é, Amélia?
É muito simpático, um ótimo amigo.
Não acho que ele queira ser só seu amigo.
E o que mais pode querer?
Talvez um romance.
Um romance para que, aqui nesse fim de mundo?
Pode ser que se inicie algo aqui, para depois continuar na Terra.
Você adora fantasias, mas não vou iniciar nada por aqui. Lá na Terra, sempre mudamos de ideia. E por favor, pare já com isso!
Está bem, já parei.
Está na hora de nossa aula começar. Vamos depressa, já tocou o sinal!
E horas depois, quando a aula acabou, as duas amigas foram tomar um suco na ampla praça de alimentação da universidade e, novamente, encontraram Flávio, que veio sentar ao lado delas e começou a falar sobre seu curso. Conversaram bastante e no meio da conversa, Graça perguntou, de forma indiscreta como sempre, se ele estava sozinho e se ia firmar namoro com Amélia.
Amélia ficou muito nervosa e quando resolveu brigar com Graça, Flávio interrompeu, dizendo que não havia nada de mais nos questionamentos dela. Ele queria realmente namorar Amélia, ou melhor, pretendia firmar um compromisso, se ela assim aceitasse. Mas, estava também criando coragem para dizer-lhe, pois não tinha muito jeito para romances.
Se você aceitar um médico, que vive correndo por entre os corredores para ajudar os pacientes, ou um professor quase sem tempo... O que acha?
Bem, acho que é um pouco cedo, devemos nos conhecer melhor e...
Ora, vocês terão uma eternidade para se conhecer!
Não pedi a sua opinião!
Amélia, deixe-a dizer, talvez ela tenha razão. Eu também tenho um amigo e na próxima vez que vier para cá, irei trazê-lo para apresentar a Graça. Será bom para ele, pois está com um problema mal resolvido.
Quem sabe se ela o pede em namoro?
         ─ Mas, acho que antes disso ele deve passar um tempo se adaptando às mulheres, pois na sua última encarnação ele teve que viver uma espécie de provação, sendo homossexual. Não queria mulher, ou melhor, até que tentava, mas não conseguia. E soube que na próxima vida, vai ter de se casar e constituir família.
E o senhor quer que eu namore um gay?
Não veja por esse lado, Graça. Ele foi assim na sua última vivência, mas agora é justamente o contrário, ele será hétero e se encontrar a pessoa certa, será melhor.
Eu nunca entendi bem essa parte na Terra. Acho tudo muito confuso.
Temos ótimos cursos aqui, e que vão te esclarecer bem, não devemos julgar as pessoas, pois não entendemos o porquê das coisas e também não sabemos se já passamos por isso.
Isso é uma doença?
Existem vários casos, pode ser doença, resgate, decisão e outros.
E qual é o mais aceitável?
Como já disse, ninguém deve julgar. Agora, o mais conflitante é o caso de resgate, pois a pessoa se sente péssima e não consegue deixar de ser.
Mas, afinal, como se chama o seu amigo?
Chama-se Carlos. E você Amélia, não respondeu se quer me namorar.
Vamos iniciar algo desse tipo, e se der certo, poderemos nos comprometer. Mas, na Terra, as pessoas em geral mudam muito de opinião.
Se o amor for verdadeiro, não muda, mas podemos nos acostumar. O nosso namoro será mais de longe do que de perto, pois moro distante da sua cidade e, talvez consiga a permissão para visitá-la uma vez por mês.
Até que está bom, pior se fosse uma vez por ano. ─ E todos riram, com a alegria espontânea de Amélia.
Agora creio que está na hora de nos recolhermos, pois tenho muito dever a fazer.
É lógico, querida, boa noite. Eu estou num setor perto daqui, vou ficar lá numa casa de hóspedes, amanhã, retornarei para dar o meu curso.
Até amanhã, Flávio.
Até amanhã, Amélia. E Graça, assim que puder, vou falar com Carlos, ele também está fazendo curso nessa universidade, mas não sei ainda onde fica a sala dele, pois aqui há vários pavimentos.
Está certo Dr. Flávio, até logo.

 

CAPÍTULO 21 - A Apresentação


No dia seguinte, bem cedo, Flávio estava na saleta de visita, à espera de Amélia e Graça. Quando viu as duas, chamou-as para perto. Flávio estava acompanhado de um senhor bem claro, alto e um pouco sisudo. Quando o apresentou a Graça, ela logo desconfiou que fosse Carlos, o tal amigo dele.
Este é o Dr. Carlos, meu amigo.
Ele também é médico?
Não, ele é advogado.
E o que ele faz aqui?
Eu faço planejamentos para pessoas em outras cidades.
Não entendi.
É uma espécie de orientação, vejo o quanto elas fizeram e o que ainda resta para resgatar e como elas querem dispor do tempo para melhorar. Algumas precisam ainda de muitas reencarnações e outras, já estão mais avançadas. Em tudo que faço, sigo orientação superior. Meu chefe é muito rigoroso, gosta de tudo nos mínimos detalhes.
Estou perplexa, nunca imaginei um serviço desses por aqui.
Existem coisas que ainda nem imagina.
Bem, eu o trouxe para que ele e Graça possam se conhecer e quem sabe, nós quatro possamos passear neste fim de semana. Temos ótimos filmes por aqui. Por falar nisso, vai estrear um filme na Terra que será muito iluminado e, depois desse, virão outros também.
E você, Graça, não vai dizer nada?
Bem, acho que devemos nos conhecer melhor, e quem sabe...
Maravilhoso, Dona Graça.
Chame-me de Graça, Carlos.
Está bem, Graça. Depois de amanhã vamos nos encontrar os quatro no cinema da cidade, que fica próximo à igreja.
O quê? Igreja aqui?
Sim, por que o espanto? As pessoas são livres aqui também para seguir a religião que simpatizam.
Acho que estou sonhando, Amélia. Quero voltar para casa.
Calma, Graça. Com o tempo você vai se acostumar. ─ E todos riram dela.
Após a conversa descontraída entre os amigos, todos foram para seus aposentos mais relaxados e conscientes de que estavam seguindo sempre o caminho certo. No dia seguinte, Amélia e Graça receberam um telefonema de Irmã Luísa, perguntando se estavam bem e se precisavam de alguma coisa. Ela ficou muito feliz em saber que as duas estavam se entendendo muito bem e que aproveitavam o curso ao máximo. Soubera também de Carlos e Flávio, que já eram muito conhecidos entre as pessoas. Flávio era o amigo dos necessitados.
Mais tarde, no cinema, os quatro foram ver a estreia de um filme muito esperado. Ele mostrava uma nova geração que irá surgir na Terra: os iluminados, um grupo enorme de espíritos do bem. Esses espíritos irão descer em breve para tentar transformar a Terra. Todos os continentes irão recebê-los e serão povoados por eles em grande massa. São milhares de espíritos que ficaram anos estudando para poder seguir missão juntos.
Espero que dessa vez eles consigam mesmo transformar o povo de lá.
Creio que sim, Flávio. Mas, às vezes acho difícil isso ocorrer. Lá ainda acontece cada coisa...
Mas é por isso mesmo, Amélia, que eles irão tentar recuperar.
Sabe, Flávio, fiquei sabendo que você foi convidado para essa missão. O que me diz?
É verdade, amiga, mas não me sinto preparado para tanto. Eles levaram anos estudando. E alguns, até séculos. E eu, estou estudando há pouco tempo, relativamente, o que é quase nada para uma missão desse nível. Mas, vou retornar para a Terra daqui a algum tempo.
Então, você vai sozinho. Eu vou ficando por aqui mesmo ─ Disse Amélia.
Não se preocupe, Amélia. Vai demorar muito ainda. Mas quando chegar a hora, não posso negar a minha ajuda. Enquanto isso, vamos nos conhecendo melhor.
Se você for, eu vou te esperar aqui em cima mesmo.
Você sabe que não podemos parar, todos devem seguir sem medo o rumo que lhes foi destinado.
É, mas não precisamos falar disso agora. ─ Retrucou Amélia, que não queria votar À Terra tão cedo.
         ─ Eu soube que Graça e Carlos irão descer logo para lá. ─ Disse Flávio.
Eu? Por que eu?
É para o nosso bem, Graça. Nós vamos seguir juntos e por lá, nos casaremos. ─ Explicou Flávio.
Todos disseram que eu iria ficar solteirona! E por que agora vou me casar?
As coisas podem mudar, tudo depende de nós. Você não quer ser minha noiva?
Quero, mas ainda é cedo para ir à Terra.
Não se preocupe, Amélia e eu vamos dar assistência a vocês. Quando precisarem de qualquer coisa, nós ajudaremos vocês, seremos seus guias.
Amélia tem a filha e algumas pessoas para ajudar, como eles ficam?
Ora, Graça, a filha dela tem muitos amigos ao seu redor e alem do mais, isso ainda vai levar alguns anos. Não se esqueça que o nosso tempo aqui é outro, diferente daquele na Terra.
Você conhece a filha dela?
Sim, Luísa já me mostrou. Ela parece com a mãe, é um pouco rebelde, mas amiga.
Ei, vamos parar de falar da filha dos outros. Ela não gosta quando percebe que estamos próximos a ela. Quando nota a nossa presença, manda-nos embora e fica brava. Ela é muito engraçada ─ Disse Flávio.
Vamos mudar de assunto. Só falta uma semana para terminar o curso. E logo voltaremos para a cidade.
A propósito, Carlos irá passar uns tempos na cidade de vocês para cumprir um estágio que foi pedido por Miguel. E eu, assim que puder vou esclarecer nossa situação com ele. Miguel nos ajudará, ele sabe que é através do amor que as almas se regeneram.
Amanhã vamos conhecer a biblioteca central e depois podemos ir à praça da universidade, que é um verdadeiro teatro ao ar livre. Lá planejaremos a visita a sua cidade.
A semana passou muito depressa para Amélia e Flávio e quando chegou a hora de as duas amigas partirem para Novo Horizonte, todos se despediram com alegria, pois estavam certos de que iriam superar qualquer empecilho que aparecesse em suas vidas. Carlos e Flávio ainda iriam permanecer mais alguns dias na cidade. Eles ainda não tinham acabado suas aulas e teriam que formar novas turmas.
No dia da partida, Carlos e Flávio foram até o ponto de transporte acompanhá-las. Lá, esperaram apenas vinte minutos pelo transporte aéreo, que estava lotado, mas, viajou com sua total rapidez. Levou apenas quinze minutos para chegarem a Novo Horizonte. Uma velocidade maior do que a da luz.
Ao chegarem, notaram que tudo se encontrava às mil maravilhas. Rosendo já havia se recuperado e teve a alegria de ir morar com seu irmão mais velho, Zeca, um colaborador de anos. Os dois ficaram morando em uma vila um pouco distante da cidade. Era um lugar muito tranquilo, o que ajudou muito para a recuperação de Rosendo.
Quando Zeca soube da chegada de seu irmão, ficou alegre e quis recebê-lo com carinho. Outra novidade seria que Rosendo, quando voltasse para a Terra, iria ser filho de Carlos e Graça. Carlos era seu amigo e foi seu sócio na Terra. Mas, eles foram envolvidos em corrupção na época. Agora, teriam uma nova chance de aplicar sua sabedoria para o bem. Isso era fantástico. Até Graça, que no início estranhou ser sua mãe, acabou cedendo aos apelos do noivo que parecia cada vez mais apaixonado e feliz por ter o amigo como filho.
Quando chegar a hora de voltarem, tudo poderá ser bem melhor. Todos esperavam que eles tivessem um grande êxito dessa vez. Mas, isso ainda iria levar anos para ocorrer, e o tempo lá passa muito lentamente. Só assim Carlos, Rosendo e Graça iriam ter tempo suficiente para poder se aperfeiçoar nos estudos antes de voltar para a Terra.
Eles não perderam tempo, nem um segundo. Na semana seguinte, Rosendo foi para a cidade universitária, concluir alguns cursos e iria ficar por lá alguns anos. Ele tinha muito para aprender e estava apenas no início.
Graça iria passar uns tempos na cidade de Naiara. As duas fariam um projeto para ajudar as pessoas necessitadas de lá e, vão precisar de muito apoio para concluí-lo. Ela vai ficar hospedada na casa de Naiara por três anos, até o projeto se concluir.
Naiara será a responsável pelo projeto quando Graça retornar a Novo Horizonte. Amélia continuará trabalhando no hospital e ajudará Carlos a manter a ordem e assessorar os novos pacientes que precisem de planejamentos de vida para o futuro. Flávio continuará o seu papel de médico e professor nas outras cidades e vai desenvolver vários cursos para quem quiser se aperfeiçoar nas áreas de medicina ou enfermagem. Sua luta é constante e no pouco tempo que lhe restar, irá visitar sua noiva em Novo Horizonte.
Amélia estava morando no chalé, com suas primas Aida e Maroquinha, o que lhe proporcionava muita alegria. Angelina teve que se afastar, pois estava chegando o momento de voltar à Terra. Ela iria ficar numa cidade especial, onde se concentraria nos seus propósitos.
Apesar de sentir sua falta, Amélia estava gostando de morar com suas primas. Maroquinha, como ela diz, é uma criatura muito alegre e sempre de bem com a vida. Tudo para ela acontece para nos ajudar a enxergar melhor a vida. Já Aida, é muito tristonha, um pouco retraída e reluta em sair de casa. Só gosta de tocar piano, o hábito que ainda não deixou desde quando chegou da Terra. Mas, aos poucos, está se acostumando à cidade e logo vai ajudar na comunidade. Aida sempre foi muito meiga e ajudou a todos que encontrou pela vida afora.
A irmã de Angelina, também é um doce de criatura, mas nunca para em casa. Está sempre ocupada, trabalhando nas esferas inferiores, o que tira muita energia dela. Quando ela retornava, passava o dia descansando, mas sempre trabalha com muito amor e dedicação.













2 comentários:

  1. Olá amiga querida!
    Que alegria seguir essa história que para mim é emocionante!
    Parabéns!
    Beijosssssssssssss

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  2. verinha bom dia ,,que linda história amiga,
    parabens vim convida-la a participar de uma brincadeira de postagem no blog,com selinho
    esta no bloguinho mimoseselinhos.blogspot.com
    ganhei para repassar aos amigos espero que aceite e se divirta tambem,,é muito simples,um abraço bjs marlene

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