quarta-feira, 29 de junho de 2011

O Sofrimento

Se o sofrimento existe
E se tudo parece triste
Foi por falta de amor

Pois quando Jesus
Aqui ficou
Ele nos ensinou
Que o sentimento
Mais sublime é o amor

Esqueça as tristesas
Se consola na alegria
De mostrar ao outro
Que não devemos
Perder tempo
Com horas vazias

O homem é um viajante
Que sabe que vai voltar
Arruma o teu jardim
Para que belas flores
Possa encontrar

quarta-feira, 22 de junho de 2011

CAPÍTULO 22 - Compromisso


Flávio chegou de mais um curso. Dessa vez, trouxe um outro amigo para descansar em Novo Horizonte, o Doutor Tadeu, um médico muito novo que acabava de vir de outra cidade para fazer estágio. Flávio, a pedido de Miguel, iria reformar o Hospital Central e dar uma reciclada nos funcionários, para atender melhor e com mais eficácia à cidade.
Às vezes nos acostumamos com o trabalho e esquecemos de buscar coisas mais modernas, que podem dar melhor apoio aos pacientes. Flávio também veio falar com Miguel a respeito de Amélia. Ele queria firmar um compromisso muito sério com ela e achava que Miguel deveria aprovar o relacionamento deles.
Miguel já sabia a respeito, mas não tinha ainda conversado diretamente com eles sobre isso. O diálogo foi ótimo, e ajudou Flávio a sentir-se mais seguro de que estaria fazendo a coisa certa. Mas, Amélia ainda relutava com a ideia de se casar na Terra. Tinha medo de que ao chegar lá pudesse mudar de ideia.
Amélia, você deve ter certeza de que quer seguir no futuro com Flávio.
Eu tenho, mas... Às vezes penso que posso falhar. Já mudei de ideia várias vezes enquanto estive lá.
Isso é um risco que todos correm. Mas, se você sente amor de verdade, nada os impedirá de se unirem, desde que não atrapalhe a vida de ninguém.
Eu tenho certeza, Miguel, de que no futuro seremos felizes.
Então, o que me diz?
Vou me comprometer com ele e espero que no futuro tudo corra bem.
De agora em diante estão comprometidos um com o outro. Sei que Flávio tem pouco tempo para visitá-la, por isso, vou dispensá-la no final de semana para que vocês possam passear e conversar melhor sobre a vida que terão juntos.
Mas isso ainda vai demorar, não é?
Sim, claro que vai, mas não se pode perder tempo. Vocês devem ir se preparando. Temos cursos para casais, vocês podem iniciar os mais básicos e deixar os específicos para daqui a alguns anos. Por enquanto, é o suficiente. Amélia, em breve você retornará à cidade central e vai ficar lá por cerca de um ano.
De novo? E com quem irei dessa vez?
Levará a sua prima Aída.
E Maroquinha?
Dona Maroca vai executar um trabalho no hospital junto com outros amigos. Ela tem o perfil ideal para o cargo que precisamos preencher. Com a mudança de Angelina e Gabriel, ficamos quase sem pessoal de apoio para o setor dos mais necessitados nas ondas inferiores.
Coitada, irmão Miguel! Ela vai se assustar naquele lugar!
Ela sabe sempre tirar proveito de todos os lugares, por pior que pareçam.
Vou ficar preocupada com ela.
Não fique, Dona Maroca está em ótimas mãos. Além de tudo, sempre vamos acompanhá-la e Luísa também estará junto dela.
Então, se é assim, vou confiar em vocês.
Você e Flávio podem começar a planejar o futuro.
Vamos, Flávio. ─ Disse Amélia ─ Talvez conversaremos melhor nos jardins ou em uma das praças. Lá, teremos o ambiente perfeito para planejar nossa vida futura.
Sim, claro. Mas antes, preciso passar na casa de um grande amigo e de lá, nos encontraremos. À tardinha, irei ao chalé para buscá-la.
Está certo, nos veremos lá. Até logo, querido.
No jardim, a conversa do casal foi animada. Flávio era muito otimista, tudo para ele poderia dar certo. Só bastava querer, que os empecilhos iriam se diluir. Seu objetivo principal era ajudar ao próximo. Amélia nunca tinha visto alguém tão abnegado até o momento.
Ele contou que sua mãe era muito mais caridosa que ele. Ela parecia nem ser de verdade e durante o pouco tempo que esteve na Terra ao lado dela, foi o suficiente para aprender a amar e respeitar as pessoas, os animais, tudo que tivesse vida. Já seu pai, um homem de poucas palavras, era rude e achava a mulher sempre inferior. Flávio muitas vezes estranhou esse comportamento e seu pai dizia que
Flávio nem parecia ser seu filho. Ele era um velho forte, conhecido por ter mãos de ferro e respeitado pelo seu poder. Mas, nem mesmo o dinheiro compra a amizade. Pensava ter muitos amigos, mas na verdade tinha poucos ou quase nenhum.
Quando ele morreu, só me lembro de um senhor, chamado Teobaldo, que apareceu para oferecer ajuda a minha mãe. Os outros, nem ao velório foram.
Ele não tinha amigos de verdade, era apenas temido. Demorou muito para que o velho Justino pudesse compreender os seus erros do passado. Mas agora, ele está bem. Mora em uma colônia próxima a essa, um pouco mais distante. Às vezes temos a graça de escolher os nossos entes queridos, mas na maioria das vezes nem chegamos a optar.
         ─ Acho que você já tem créditos suficientes para isso, não é?
        ─ Nem tanto. Acho que vou poder planejar apenas algumas coisas. Vou falar com Carlos sobre isso um outro dia. Hoje, vamos apenas nos distrair, pois temos pouco tempo juntos.
        ─ É mesmo, vamos esquecer o futuro por um momento.
E após aquele encontro, o tempo passou lentamente em Novo Horizonte, até que chegou o momento de Carlos e Graça se afastarem para fazer cursos de casal. Eles iriam levar anos fazendo esses cursos e quando acabarem vão direto para a Terra. Essa será a última vez que Amélia e Graça vão se encontrar antes de voltarem à Terra.


CAPÍTULO 23 - A Despedida


        Todos foram comemorar a partida de Carlos e Graça nos jardins, onde sempre havia eventos para os noivos. Foi feita apenas uma reunião simbólica com os amigos, já que Carlos não queria nada de extravagante.
        A reunião foi proveitosa e todos tiveram a oportunidade de desejar boa sorte a Graça e Carlos. Já quanto a Angelina, quase ninguém pode se despedir dela, pois todos estavam fora quando ela desceu para a Terra. Mesmo assim oraram muito, pedindo para que ela fizesse uma ótima viagem. Angelina nasceu numa cidade da Bahia, em uma família muito alegre.
          ─ Espero que ela se anime com o axé e não volte a ser deprimida como era quando chegou aqui. ─ Disse Amélia, ao saber onde Angelina tinha nascido.
        Durante a festa, Graça se emocionou e quase desistiu de partir. Foi preciso muita força de todos para que ela adquirisse novas energias e pudesse descer. Carlos já estava preparado e não ficou muito comovido, queria apenas resgatar logo suas dívidas passadas. 
        Os dois foram levados até o transporte rápido, que tinha hora e dia marcados para sair com maior velocidade que os transportes habituais. Foi tudo bonito e emocionante. Eles iriam deixar muita saudade, mas foi o melhor para todos.
       Alguns dias depois, Graça e Carlos já haviam chegado à Terra. Carlos desceu antes de Graça, mas ainda iria demorar muito tempo para que se encontrassem novamente. Graça nasceu numa cidade distante dele e, se tudo correr de acordo com o combinado, eles irão se encontrar na universidade, quando Carlos estiver cursando Medicina e ela, Enfermagem.
          Por enquanto, devemos apenas torcer por eles, para que possam cumprir suas promessas, pois todos têm vontade e escolha própria e às vezes, resolvem mudar seus planos.
Irmã Luísa disse que esse não será o caso deles, pois Carlos está muito empenhado em fazer tudo o que prometeu. Já Graça, tem algumas dúvidas, mas esperamos que ela consiga ouvir os conselhos dos mentores.
          Bem, tudo parece ter tomado o rumo certo em Novo Horizonte. Os moradores estão em paz e fazem seus trabalhos tranquilamente. Conseguiram até ganhar um prêmio por colaborar com as outras cidades mais abaixo e até então, não aconteceu nenhuma revolta ou invasão na cidade.
           Na cidade de Naiara, entretanto, houve uma grande rebelião e muitos irmãos precisaram ir até lá ajudá-los. Afinal, é para isso que servem os amigos. Amélia e Flávio seguiram ajudando aos próximos em seus trabalhos e vez ou outra, quando tinham tempo, se encontravam para conversar e rever os seus propósitos.
Por enquanto, eles vão apenas planejando o futuro, com muita cautela. Através de vários ensinamentos, eles tiveram novas descobertas e se preparavam para aplicar tudo isso para o bem do próximo em suas próximas missões na Terra.
        Todos se encontravam diariamente, no pátio das orações, e pediam através da prece para que os habitantes da Terra consigam evoluir com o amor, harmonia, caridade, esperança e muitos sentimentos de ajuda ao próximo. Eles sempre estarão lá, auxiliando no que for preciso e sabendo que a vida continua em vários lugares, planetas...

domingo, 19 de junho de 2011

                                                      CAPÍTULO 20 – Novos Encontros


Pouco tempo depois, Graça e Amélia partiram para uma cidade um pouco distante. Parecia um lugar bem desenvolvido, diferente de Novo Horizonte. Era uma espécie de cidade-sede para quem quer aprender melhor os ensinamentos. Um verdadeiro campus universitário. Havia grandes escolas em quase todas as ruas.
Ficaram em um prédio enorme, muito diferente de tudo que já viram na Terra. Parecia até um filme de ficção. Graça ficou admirada com tanta beleza. O lugar era arejado, as paredes retiam o calor e os ruídos externos. As luzes eram resplandecentes e as salas eram cheias de bancas enormes, muito confortáveis. Os livros eram de um material que não é conhecido na Terra, parecia que nunca se estragavam. Tudo era tão diferente, que dava até medo. Amélia até fingia não sentir, porque não queria que Graça ficasse impressionada.
Algum tempo depois, elas se encontraram com duas moças que vieram recebê-las, demonstrando simpatia e atenção:
Olá, senhoras, sejam bem-vindas. Vamos acomodá-las em seus quartos.
Aqui mesmo?
Sim, temos casas preparadas para hóspedes e para estudantes.
Nunca vi uma cidade assim.
As moças se olharam e sorriram. Disseram:
Essa é a menor de todas. Há outras muito mais avançadas. Mas, o melhor agora é que vocês descansem, amanhã começam as aulas.
Elas foram encaminhadas ao quarto que, aliás, era muito amplo. Então, Foram dormir, ou melhor, tentaram dormir, porque Graça começou a chorar.
Que foi, Graça?
Amélia, será que estamos no lugar certo? Eu, quando era pequena, ouvi falar que o... Você sabe quem era muito rico e atraia as pessoas para lá.
Graça, se acalme, logo logo você se acostuma. Não existe esse tal de diabo, isso é uma invenção.
Nem fale esse nome! Amanhã, gostaria de falar com irmã Luísa.
Deixe Luísa em paz. Quando ela precisar, irá nos telefonar. Agora durma.
No outro dia, antes do início das aulas, Amélia e Graça encontraram Dr. Flávio andando pelos corredores da universidade. Ele, que iria dar aulas de medicina, as reconheceu e foi falar com elas:
Amélia, você por aqui? Está estudando?
Não sei. Mandaram-me para cá para aprender a ter mais paciência, eu acho.
Que bom vê-las! Mais tarde terei tempo para conversar, mas agora estou com pressa, até logo. ─ E saiu apressado para iniciar sua aula.
Nossa, como ele é simpático, não é, Amélia?
É muito simpático, um ótimo amigo.
Não acho que ele queira ser só seu amigo.
E o que mais pode querer?
Talvez um romance.
Um romance para que, aqui nesse fim de mundo?
Pode ser que se inicie algo aqui, para depois continuar na Terra.
Você adora fantasias, mas não vou iniciar nada por aqui. Lá na Terra, sempre mudamos de ideia. E por favor, pare já com isso!
Está bem, já parei.
Está na hora de nossa aula começar. Vamos depressa, já tocou o sinal!
E horas depois, quando a aula acabou, as duas amigas foram tomar um suco na ampla praça de alimentação da universidade e, novamente, encontraram Flávio, que veio sentar ao lado delas e começou a falar sobre seu curso. Conversaram bastante e no meio da conversa, Graça perguntou, de forma indiscreta como sempre, se ele estava sozinho e se ia firmar namoro com Amélia.
Amélia ficou muito nervosa e quando resolveu brigar com Graça, Flávio interrompeu, dizendo que não havia nada de mais nos questionamentos dela. Ele queria realmente namorar Amélia, ou melhor, pretendia firmar um compromisso, se ela assim aceitasse. Mas, estava também criando coragem para dizer-lhe, pois não tinha muito jeito para romances.
Se você aceitar um médico, que vive correndo por entre os corredores para ajudar os pacientes, ou um professor quase sem tempo... O que acha?
Bem, acho que é um pouco cedo, devemos nos conhecer melhor e...
Ora, vocês terão uma eternidade para se conhecer!
Não pedi a sua opinião!
Amélia, deixe-a dizer, talvez ela tenha razão. Eu também tenho um amigo e na próxima vez que vier para cá, irei trazê-lo para apresentar a Graça. Será bom para ele, pois está com um problema mal resolvido.
Quem sabe se ela o pede em namoro?
         ─ Mas, acho que antes disso ele deve passar um tempo se adaptando às mulheres, pois na sua última encarnação ele teve que viver uma espécie de provação, sendo homossexual. Não queria mulher, ou melhor, até que tentava, mas não conseguia. E soube que na próxima vida, vai ter de se casar e constituir família.
E o senhor quer que eu namore um gay?
Não veja por esse lado, Graça. Ele foi assim na sua última vivência, mas agora é justamente o contrário, ele será hétero e se encontrar a pessoa certa, será melhor.
Eu nunca entendi bem essa parte na Terra. Acho tudo muito confuso.
Temos ótimos cursos aqui, e que vão te esclarecer bem, não devemos julgar as pessoas, pois não entendemos o porquê das coisas e também não sabemos se já passamos por isso.
Isso é uma doença?
Existem vários casos, pode ser doença, resgate, decisão e outros.
E qual é o mais aceitável?
Como já disse, ninguém deve julgar. Agora, o mais conflitante é o caso de resgate, pois a pessoa se sente péssima e não consegue deixar de ser.
Mas, afinal, como se chama o seu amigo?
Chama-se Carlos. E você Amélia, não respondeu se quer me namorar.
Vamos iniciar algo desse tipo, e se der certo, poderemos nos comprometer. Mas, na Terra, as pessoas em geral mudam muito de opinião.
Se o amor for verdadeiro, não muda, mas podemos nos acostumar. O nosso namoro será mais de longe do que de perto, pois moro distante da sua cidade e, talvez consiga a permissão para visitá-la uma vez por mês.
Até que está bom, pior se fosse uma vez por ano. ─ E todos riram, com a alegria espontânea de Amélia.
Agora creio que está na hora de nos recolhermos, pois tenho muito dever a fazer.
É lógico, querida, boa noite. Eu estou num setor perto daqui, vou ficar lá numa casa de hóspedes, amanhã, retornarei para dar o meu curso.
Até amanhã, Flávio.
Até amanhã, Amélia. E Graça, assim que puder, vou falar com Carlos, ele também está fazendo curso nessa universidade, mas não sei ainda onde fica a sala dele, pois aqui há vários pavimentos.
Está certo Dr. Flávio, até logo.

 

CAPÍTULO 21 - A Apresentação


No dia seguinte, bem cedo, Flávio estava na saleta de visita, à espera de Amélia e Graça. Quando viu as duas, chamou-as para perto. Flávio estava acompanhado de um senhor bem claro, alto e um pouco sisudo. Quando o apresentou a Graça, ela logo desconfiou que fosse Carlos, o tal amigo dele.
Este é o Dr. Carlos, meu amigo.
Ele também é médico?
Não, ele é advogado.
E o que ele faz aqui?
Eu faço planejamentos para pessoas em outras cidades.
Não entendi.
É uma espécie de orientação, vejo o quanto elas fizeram e o que ainda resta para resgatar e como elas querem dispor do tempo para melhorar. Algumas precisam ainda de muitas reencarnações e outras, já estão mais avançadas. Em tudo que faço, sigo orientação superior. Meu chefe é muito rigoroso, gosta de tudo nos mínimos detalhes.
Estou perplexa, nunca imaginei um serviço desses por aqui.
Existem coisas que ainda nem imagina.
Bem, eu o trouxe para que ele e Graça possam se conhecer e quem sabe, nós quatro possamos passear neste fim de semana. Temos ótimos filmes por aqui. Por falar nisso, vai estrear um filme na Terra que será muito iluminado e, depois desse, virão outros também.
E você, Graça, não vai dizer nada?
Bem, acho que devemos nos conhecer melhor, e quem sabe...
Maravilhoso, Dona Graça.
Chame-me de Graça, Carlos.
Está bem, Graça. Depois de amanhã vamos nos encontrar os quatro no cinema da cidade, que fica próximo à igreja.
O quê? Igreja aqui?
Sim, por que o espanto? As pessoas são livres aqui também para seguir a religião que simpatizam.
Acho que estou sonhando, Amélia. Quero voltar para casa.
Calma, Graça. Com o tempo você vai se acostumar. ─ E todos riram dela.
Após a conversa descontraída entre os amigos, todos foram para seus aposentos mais relaxados e conscientes de que estavam seguindo sempre o caminho certo. No dia seguinte, Amélia e Graça receberam um telefonema de Irmã Luísa, perguntando se estavam bem e se precisavam de alguma coisa. Ela ficou muito feliz em saber que as duas estavam se entendendo muito bem e que aproveitavam o curso ao máximo. Soubera também de Carlos e Flávio, que já eram muito conhecidos entre as pessoas. Flávio era o amigo dos necessitados.
Mais tarde, no cinema, os quatro foram ver a estreia de um filme muito esperado. Ele mostrava uma nova geração que irá surgir na Terra: os iluminados, um grupo enorme de espíritos do bem. Esses espíritos irão descer em breve para tentar transformar a Terra. Todos os continentes irão recebê-los e serão povoados por eles em grande massa. São milhares de espíritos que ficaram anos estudando para poder seguir missão juntos.
Espero que dessa vez eles consigam mesmo transformar o povo de lá.
Creio que sim, Flávio. Mas, às vezes acho difícil isso ocorrer. Lá ainda acontece cada coisa...
Mas é por isso mesmo, Amélia, que eles irão tentar recuperar.
Sabe, Flávio, fiquei sabendo que você foi convidado para essa missão. O que me diz?
É verdade, amiga, mas não me sinto preparado para tanto. Eles levaram anos estudando. E alguns, até séculos. E eu, estou estudando há pouco tempo, relativamente, o que é quase nada para uma missão desse nível. Mas, vou retornar para a Terra daqui a algum tempo.
Então, você vai sozinho. Eu vou ficando por aqui mesmo ─ Disse Amélia.
Não se preocupe, Amélia. Vai demorar muito ainda. Mas quando chegar a hora, não posso negar a minha ajuda. Enquanto isso, vamos nos conhecendo melhor.
Se você for, eu vou te esperar aqui em cima mesmo.
Você sabe que não podemos parar, todos devem seguir sem medo o rumo que lhes foi destinado.
É, mas não precisamos falar disso agora. ─ Retrucou Amélia, que não queria votar À Terra tão cedo.
         ─ Eu soube que Graça e Carlos irão descer logo para lá. ─ Disse Flávio.
Eu? Por que eu?
É para o nosso bem, Graça. Nós vamos seguir juntos e por lá, nos casaremos. ─ Explicou Flávio.
Todos disseram que eu iria ficar solteirona! E por que agora vou me casar?
As coisas podem mudar, tudo depende de nós. Você não quer ser minha noiva?
Quero, mas ainda é cedo para ir à Terra.
Não se preocupe, Amélia e eu vamos dar assistência a vocês. Quando precisarem de qualquer coisa, nós ajudaremos vocês, seremos seus guias.
Amélia tem a filha e algumas pessoas para ajudar, como eles ficam?
Ora, Graça, a filha dela tem muitos amigos ao seu redor e alem do mais, isso ainda vai levar alguns anos. Não se esqueça que o nosso tempo aqui é outro, diferente daquele na Terra.
Você conhece a filha dela?
Sim, Luísa já me mostrou. Ela parece com a mãe, é um pouco rebelde, mas amiga.
Ei, vamos parar de falar da filha dos outros. Ela não gosta quando percebe que estamos próximos a ela. Quando nota a nossa presença, manda-nos embora e fica brava. Ela é muito engraçada ─ Disse Flávio.
Vamos mudar de assunto. Só falta uma semana para terminar o curso. E logo voltaremos para a cidade.
A propósito, Carlos irá passar uns tempos na cidade de vocês para cumprir um estágio que foi pedido por Miguel. E eu, assim que puder vou esclarecer nossa situação com ele. Miguel nos ajudará, ele sabe que é através do amor que as almas se regeneram.
Amanhã vamos conhecer a biblioteca central e depois podemos ir à praça da universidade, que é um verdadeiro teatro ao ar livre. Lá planejaremos a visita a sua cidade.
A semana passou muito depressa para Amélia e Flávio e quando chegou a hora de as duas amigas partirem para Novo Horizonte, todos se despediram com alegria, pois estavam certos de que iriam superar qualquer empecilho que aparecesse em suas vidas. Carlos e Flávio ainda iriam permanecer mais alguns dias na cidade. Eles ainda não tinham acabado suas aulas e teriam que formar novas turmas.
No dia da partida, Carlos e Flávio foram até o ponto de transporte acompanhá-las. Lá, esperaram apenas vinte minutos pelo transporte aéreo, que estava lotado, mas, viajou com sua total rapidez. Levou apenas quinze minutos para chegarem a Novo Horizonte. Uma velocidade maior do que a da luz.
Ao chegarem, notaram que tudo se encontrava às mil maravilhas. Rosendo já havia se recuperado e teve a alegria de ir morar com seu irmão mais velho, Zeca, um colaborador de anos. Os dois ficaram morando em uma vila um pouco distante da cidade. Era um lugar muito tranquilo, o que ajudou muito para a recuperação de Rosendo.
Quando Zeca soube da chegada de seu irmão, ficou alegre e quis recebê-lo com carinho. Outra novidade seria que Rosendo, quando voltasse para a Terra, iria ser filho de Carlos e Graça. Carlos era seu amigo e foi seu sócio na Terra. Mas, eles foram envolvidos em corrupção na época. Agora, teriam uma nova chance de aplicar sua sabedoria para o bem. Isso era fantástico. Até Graça, que no início estranhou ser sua mãe, acabou cedendo aos apelos do noivo que parecia cada vez mais apaixonado e feliz por ter o amigo como filho.
Quando chegar a hora de voltarem, tudo poderá ser bem melhor. Todos esperavam que eles tivessem um grande êxito dessa vez. Mas, isso ainda iria levar anos para ocorrer, e o tempo lá passa muito lentamente. Só assim Carlos, Rosendo e Graça iriam ter tempo suficiente para poder se aperfeiçoar nos estudos antes de voltar para a Terra.
Eles não perderam tempo, nem um segundo. Na semana seguinte, Rosendo foi para a cidade universitária, concluir alguns cursos e iria ficar por lá alguns anos. Ele tinha muito para aprender e estava apenas no início.
Graça iria passar uns tempos na cidade de Naiara. As duas fariam um projeto para ajudar as pessoas necessitadas de lá e, vão precisar de muito apoio para concluí-lo. Ela vai ficar hospedada na casa de Naiara por três anos, até o projeto se concluir.
Naiara será a responsável pelo projeto quando Graça retornar a Novo Horizonte. Amélia continuará trabalhando no hospital e ajudará Carlos a manter a ordem e assessorar os novos pacientes que precisem de planejamentos de vida para o futuro. Flávio continuará o seu papel de médico e professor nas outras cidades e vai desenvolver vários cursos para quem quiser se aperfeiçoar nas áreas de medicina ou enfermagem. Sua luta é constante e no pouco tempo que lhe restar, irá visitar sua noiva em Novo Horizonte.
Amélia estava morando no chalé, com suas primas Aida e Maroquinha, o que lhe proporcionava muita alegria. Angelina teve que se afastar, pois estava chegando o momento de voltar à Terra. Ela iria ficar numa cidade especial, onde se concentraria nos seus propósitos.
Apesar de sentir sua falta, Amélia estava gostando de morar com suas primas. Maroquinha, como ela diz, é uma criatura muito alegre e sempre de bem com a vida. Tudo para ela acontece para nos ajudar a enxergar melhor a vida. Já Aida, é muito tristonha, um pouco retraída e reluta em sair de casa. Só gosta de tocar piano, o hábito que ainda não deixou desde quando chegou da Terra. Mas, aos poucos, está se acostumando à cidade e logo vai ajudar na comunidade. Aida sempre foi muito meiga e ajudou a todos que encontrou pela vida afora.
A irmã de Angelina, também é um doce de criatura, mas nunca para em casa. Está sempre ocupada, trabalhando nas esferas inferiores, o que tira muita energia dela. Quando ela retornava, passava o dia descansando, mas sempre trabalha com muito amor e dedicação.













sábado, 11 de junho de 2011

Assim no Céu Como na Terra - Capítulo 19

CAPÍTULO 19 – Retornando à Cidade

     Quando chegaram a Novo Horizonte, as três amigas estavam com um ótimo astral. Parecia que voltavam de uma viagem que só acontece nos contos de fada. Mas, logo foram sentindo um ar meio estranho. No hospital central, onde o transporte parou, ouviu-se de algumas irmãs uma notícia nada agradável: novamente as forças inferiores tentaram invadir a colônia. Muitos deles não se conformavam com a ida de Rosendo a Novo Horizonte.
      Rosendo foi um irmão que praticou o mal durante um longo tempo, mas antes de morrer na miséria conseguiu, através de muito esforço, resgatar o mal que fizera. Levou vários jovens a deixar o vício, o crime e a seguir uma vida digna. Mas o seu passado era tão pesado que nem mesmo toda a sua dedicação pode demover alguns irmãos que queriam vingança.
          ─ Coitado! Ele sofreu muito. Já não lhe bastou a doença degenerativa no cérebro e depois de superar tudo, fez um trabalho belíssimo na comunidade.
         ─ Irmão Miguel disse que as últimas encarnações dele foram... Nem tenho palavras. Ele achou melhor nós nem sabermos o que ele fez de tão grave.
Será que foi o Hitler?
         ─ Irmã, acho melhor tentarmos ajudá-lo. Daqui para frente é o que nos importa. O passado deve ser resgatado, porém, o mais importante é o presente. Nem sempre estamos preparados para saber quem fomos e que fizemos.
Isso mesmo, irmã Luísa. Pra frente é que se anda! ─ Disse Angelina.
Mesmo assim, eu gostaria de saber...
Não seja tão curiosa, Amélia ─ Disse Graça, que havia se aproximado ao ver as meninas conversando.
Xii, já vem essa desorientada para cá!
Amélia e Graça, irmão Miguel quer falar-lhes sobre o comportamento de ambas. Precisam ficar em harmonia, ou então ele vai colocar cada uma numa cidade diferente.
Deus me livre! Longe daqui? ─ Perguntou Graça.
Pode ser longe ou perto, depende de vocês.
Já sei, leve Graça para ficar com Naiara, já que ficaram tão amigas.
─ Vocês duas estão agindo como crianças travessas. Não estou gostando nada disso, tudo tem limite ─ Disse Luísa.
Está bem, se depender de mim, vou me esforçar para conviver com Graça. Já que não tem remédio...
Eu prometo que vou me calar e só vou falar quando necessário, não quero sair daqui.
Amanhã, devemos fazer um mutirão para ajudar as enfermeiras no centro de apoio. Houve um tumulto no dia que Rosendo chegou.
           ─ Onde ele está agora?
           ─ Está na enfermaria, aos cuidados de irmã Ana. Vai demorar um pouco para se recuperar, ele ainda está sedado.
          ─ Por quê?
          ─ Ele ainda tem umas sequelas para recuperar.
          ─ E quando sair da enfermaria? Vai morar aqui?
          ─ Depende da conduta que ele tiver. Pode ficar ou ir para outra cidade. Irá para onde se adaptar melhor.
E por que eu não tive essa escolha?
Todos temos escolha e, mesmo inconscientemente, estamos decidindo. Não deve se comparar a ninguém, Amélia. A propósito, uma de vocês deve fazer companhia a Rosendo na enfermaria, tentando apoiá-lo no que for preciso. Mas isso deve levar alguns dias ainda.
Leve Graça com você, ela está animada por uma paquera.
Isso não é uma brincadeira, é um trabalho sério. Mas, se ela quiser e estiver preparada, poderá ir.
Eu não vou! Não iria conseguir ficar ao lado de um marginal.
Já vi que você não aprendeu nada, Graça. Vou falar com Miguel sobre o seu caso. Você precisa de novas aulas. Talvez deva ir para outra cidade, mais longe. Uma cidade Central, onde sempre ocorrem cursos.
Coitada, Luísa. Ela não falou por mal. Se quiser, poderei ir com ela fazer os cursos ─ Disse Amélia.
Está bem, se prefere acompanhá-la, vou falar com Miguel. Se ele permitir, poderá ir também. Mas, se Graça não tiver um bom resultado, retornará sozinha. Acho que Angelina está mais bem preparada para cuidar de Rosendo. Quando vocês voltarem, irão ficar com ele, talvez até lá ele já esteja pronto para ir às aulas no anfiteatro. E, a propósito, aonde vocês vão se encontra uma irmã que vai nos manter informados. Não quero saber de desarmonia!
Não, eu vou atender a tudo. Só não quero saber de me mudar daqui ─ Disse Graça, chorando.
Não chore, Graça. Só vamos para uma viagem. Lá, nos entenderemos melhor.




domingo, 29 de maio de 2011

Assim no Céu como na Terra: 18

CAPÍTULO 18 – Na Colônia de Férias     

A cidade era muito aconchegante e o pequeno hotel parecia encantar a todos. Era pintado de rosa e na entrada podia se ver um enorme jardim com várias espécies de flores, muito bem cuidadas. Havia um lago de água límpida e uma cachoeira bem grande, próximos aos fundos do hotel. Tudo parecia perfeito até de mais. Na porta havia uma senhora de meia idade muito sorridente. Recebeu todos com muita simpatia e presteza. Chamou um senhor para mostrar os chalés por dentro e disse iriam gostar muito de lá. Não é à toa que todos a chamam de cidade do sossego.
E o hotel? Qual é o nome dele?
Hotel Verdes Campos.
É interessante, gostei muito da aparência dele. Acho que serão as férias perfeitas.
Xii, não gosto de nada muito perfeito, soa falso.
Amélia! Você já quer botar areia em tudo? ─ Reclamou dona Graça.
Meninas, estamos aqui para descansar, não para brigar.
Só estamos questionando. Eu quero ficar num quarto sozinha, não vou ficar com dona Graça.
Lamento, mas as três terão que dormir juntas. Essa foi a ordem de Miguel. ─ Falou dona Kalina, a responsável pelo hotel.
Bolas! Miguel sempre nos trata como criança...
Os quartos são bem amplos, há uma suíte e uma varanda enorme, que tem vista para o lago.
Então vamos nos acomodar.
E seu namorado, Angelina, quando vem?
Creio que na próxima semana. Ele ficará num pavilhão onde só tem homens.
E por que isso?
Não sei.
Coisa assim, só pode ser ordem de Miguel.
Amélia, Miguel sempre quer o nosso bem e faz tudo para isso.
É, mas às vezes ele exagera.
Não discuta com ela, Angelina, ela sempre quer ter razão.
Graça, acho que vou levar você para ficar com Naiara.
Nem pense, eu não gostei de lá.
E você foi lá?
Não, mas vi na tela. Lá é um lugar muito pequeno.
Mas é para lá que vão as pessoas chatas.
Amélia, se continuar se irritando, vou pedir para Miguel cancelar o passeio ─ Disse Angelina.
Vamos, está não hora de conhecer melhor o chalé.
A recepcionista as levou até o guia. Ele fez questão de mostrar todos os detalhes do hotel, que parecia realmente muito acolhedor. Tinha várias fontes, cada qual com sua função revigorante. Havia uma chamada de “Senhor Cosmo”. Dizia a lenda que Cosmo foi um senhor que estava quase sem força e depois de tomar vários banhos nessa fonte, conseguiu se revitalizar e ficou com uma energia muito boa. Ele recomendava o banho para todas as pessoas que se sentissem fracas ou deprimidas.
Eu queria conhecer esse Cosmo, parece ser uma figura.
Ele se mudou daqui já faz um bom tempo, mas deixou boas lembranças.
E ai, Amélia, quer arrumar um namorado? ─ Perguntou Graça.
Você é mesmo louca! Nunca vai se curar!
Calma, Amélia, ela só está brincando.
Parece que nem sei...
Vamos tomar banho de cachoeira, quero aproveitar logo!
Vamos, estou muito curiosa. E se Graça me encher, vou afogá-la.
Não! Eu não sei nadar!
Ela está brincando, Graça. Sei que Amélia nos ama.
É, mas não abuse disso.

As três passaram horas se divertindo no chalé e puderam aproveitar muito o dia ensolarado com toda a sua energia e finalmente, depois de tantas controvérsias, Amélia e Graça se uniram. Uma acabou sendo a companhia da outra após a chegada do namorado de Angelina, que não desgrudou dela.
Ele se chamava William, um rapaz alto, forte e galante, parece estar sempre de bem com a vida e gosta de transmitir alegria por onde passa. Todos o consideram muito.
Clarice chegou dias depois, estava muito contente por poder passar uns dias com Amélia antes de regressar novamente à Terra. Ela era uma luz para todos naquela cidade. Sua altivez e coerência impressionavam os hóspedes. Tudo corria bem, mas Graça notou que Amélia estava um pouco tristonha e quis saber o porquê.
         ─ Eu soube que Angelina também vai regressar à Terra. Vou ficar sozinha outra vez naquela casa.
Mas ela ainda vai demorar um pouco para ir, Amélia. ─ Falou Clarice para confortá-la.
Sei disso, mas é que me apeguei muito a ela. Miguel me disse que já fomos irmãs em outras épocas.
Tente se alegrar e torcer para que Angelina seja feliz na Terra.
Claro que torço, mas é que todos estão partindo e sem falar em Joseph. Ainda não consegui descobrir o paradeiro dele.
Amélia, Graça, estava procurando por vocês há horas e as duas aqui, perto da fonte! ─ Disse Angelina, que vinha correndo de dentro do chalé.
Essa é uma das fontes mais bonitas daqui, tem algo de bom em sua volta.
Claro, todas as águas daqui são cristalinas e têm boas energias.
Amélia está se sentindo só. Acha que quando voltarmos para a Terra ela vai ficar solitária.
Mas é obvio que ninguém fica solitário aqui. Está para chegar a irmã de Angelina, e vai precisar de muito carinho. Ela é um doce de moça. ─ Disse irmã Luísa.
Vai ficar lá em casa?
Por enquanto ficará no centro de apoio. Só depois de alguns meses é que poderemos decidir melhor. Mas, mudando de assunto, eu soube que aqui também faz um pouco de frio e à noite é preciso usar a lareira.
É, o ar daqui é típico de campo. Mas, é um ar bem melhor do que todos que já conhecemos na Terra.

E assim, a semana se passou bem rapidamente para as amigas. Elas puderam aproveitar o máximo de tudo que lhes era oferecido.
Nos últimos dias, Amélia conheceu Flávio, um médico bastante dedicado que cuidava de seus pacientes com muito carinho. Os dois fiaram bem próximos, as afinidades entre eles eram grandes. Mas, Flávio não morava na mesma cidade de Amélia.
Ele morava num lugar um pouco mais distante. Amélia e ele aproveitaram aquele momento de lazer para se conhecer e até plantar uma semente de amor para o futuro. Só que tudo parecia um pouco complicado, achava Amélia. Para ela, Flavio nunca iria se interessar por ninguém, muito menos por uma pessoa que tivesse em condições diferentes da dele. Ela achou melhor só curtir a sua amizade e absorver ao máximo seus conhecimentos.
          No último dia da viagem, estava tristonha, pensativa. Já sentia a saudade de um não sei bem que em seu coração. E quando Flávio se despediu, dizendo que quando pudesse, iria até Novo Horizonte visitá-la, ela ficou um pouco acanhada, não sabia ao certo se era uma simples visita amigável ou amorosa, mas Flávio continuou alegre e seus olhos brilhavam de emoção e carinho por ela.
         ─ Amélia, ele gostou de você. Quem sabe, no futuro, poderá ser seu parceiro.
         ─ Gostou? Mas gostou como um amigo apenas... Vocês estão vendo demais.
         ─ Os olhos dele brilharam muito quando falava com você. ─ Falou Angelina.
         Aí, hein, Amélia? Arrasando corações! ─ Disse Graça, para cutucar Amélia.
        ─ Se vai começar de novo, eu vou deixá-la aqui mesmo!
        ─ Graça, ela não gosta dessas brincadeiras.
        ─ Então por que vive brincando com os outros?
        ─ Meninas, o transporte já chegou, vamos, vocês têm hora para voltar. O trabalho as espera. E eu fico por aqui mesmo, o meu só chegará amanhã, pois minha cidade é muito perto daqui. Acho que agora vou me preparar para regressar, e nos veremos em breve. ─ Se despediu Clarice.
       ─ Não quero me emocionar, vou caminhando para o micro-ônibus. Até mais para todos.