domingo, 29 de maio de 2011

Assim no Céu como na Terra: 18

CAPÍTULO 18 – Na Colônia de Férias     

A cidade era muito aconchegante e o pequeno hotel parecia encantar a todos. Era pintado de rosa e na entrada podia se ver um enorme jardim com várias espécies de flores, muito bem cuidadas. Havia um lago de água límpida e uma cachoeira bem grande, próximos aos fundos do hotel. Tudo parecia perfeito até de mais. Na porta havia uma senhora de meia idade muito sorridente. Recebeu todos com muita simpatia e presteza. Chamou um senhor para mostrar os chalés por dentro e disse iriam gostar muito de lá. Não é à toa que todos a chamam de cidade do sossego.
E o hotel? Qual é o nome dele?
Hotel Verdes Campos.
É interessante, gostei muito da aparência dele. Acho que serão as férias perfeitas.
Xii, não gosto de nada muito perfeito, soa falso.
Amélia! Você já quer botar areia em tudo? ─ Reclamou dona Graça.
Meninas, estamos aqui para descansar, não para brigar.
Só estamos questionando. Eu quero ficar num quarto sozinha, não vou ficar com dona Graça.
Lamento, mas as três terão que dormir juntas. Essa foi a ordem de Miguel. ─ Falou dona Kalina, a responsável pelo hotel.
Bolas! Miguel sempre nos trata como criança...
Os quartos são bem amplos, há uma suíte e uma varanda enorme, que tem vista para o lago.
Então vamos nos acomodar.
E seu namorado, Angelina, quando vem?
Creio que na próxima semana. Ele ficará num pavilhão onde só tem homens.
E por que isso?
Não sei.
Coisa assim, só pode ser ordem de Miguel.
Amélia, Miguel sempre quer o nosso bem e faz tudo para isso.
É, mas às vezes ele exagera.
Não discuta com ela, Angelina, ela sempre quer ter razão.
Graça, acho que vou levar você para ficar com Naiara.
Nem pense, eu não gostei de lá.
E você foi lá?
Não, mas vi na tela. Lá é um lugar muito pequeno.
Mas é para lá que vão as pessoas chatas.
Amélia, se continuar se irritando, vou pedir para Miguel cancelar o passeio ─ Disse Angelina.
Vamos, está não hora de conhecer melhor o chalé.
A recepcionista as levou até o guia. Ele fez questão de mostrar todos os detalhes do hotel, que parecia realmente muito acolhedor. Tinha várias fontes, cada qual com sua função revigorante. Havia uma chamada de “Senhor Cosmo”. Dizia a lenda que Cosmo foi um senhor que estava quase sem força e depois de tomar vários banhos nessa fonte, conseguiu se revitalizar e ficou com uma energia muito boa. Ele recomendava o banho para todas as pessoas que se sentissem fracas ou deprimidas.
Eu queria conhecer esse Cosmo, parece ser uma figura.
Ele se mudou daqui já faz um bom tempo, mas deixou boas lembranças.
E ai, Amélia, quer arrumar um namorado? ─ Perguntou Graça.
Você é mesmo louca! Nunca vai se curar!
Calma, Amélia, ela só está brincando.
Parece que nem sei...
Vamos tomar banho de cachoeira, quero aproveitar logo!
Vamos, estou muito curiosa. E se Graça me encher, vou afogá-la.
Não! Eu não sei nadar!
Ela está brincando, Graça. Sei que Amélia nos ama.
É, mas não abuse disso.

As três passaram horas se divertindo no chalé e puderam aproveitar muito o dia ensolarado com toda a sua energia e finalmente, depois de tantas controvérsias, Amélia e Graça se uniram. Uma acabou sendo a companhia da outra após a chegada do namorado de Angelina, que não desgrudou dela.
Ele se chamava William, um rapaz alto, forte e galante, parece estar sempre de bem com a vida e gosta de transmitir alegria por onde passa. Todos o consideram muito.
Clarice chegou dias depois, estava muito contente por poder passar uns dias com Amélia antes de regressar novamente à Terra. Ela era uma luz para todos naquela cidade. Sua altivez e coerência impressionavam os hóspedes. Tudo corria bem, mas Graça notou que Amélia estava um pouco tristonha e quis saber o porquê.
         ─ Eu soube que Angelina também vai regressar à Terra. Vou ficar sozinha outra vez naquela casa.
Mas ela ainda vai demorar um pouco para ir, Amélia. ─ Falou Clarice para confortá-la.
Sei disso, mas é que me apeguei muito a ela. Miguel me disse que já fomos irmãs em outras épocas.
Tente se alegrar e torcer para que Angelina seja feliz na Terra.
Claro que torço, mas é que todos estão partindo e sem falar em Joseph. Ainda não consegui descobrir o paradeiro dele.
Amélia, Graça, estava procurando por vocês há horas e as duas aqui, perto da fonte! ─ Disse Angelina, que vinha correndo de dentro do chalé.
Essa é uma das fontes mais bonitas daqui, tem algo de bom em sua volta.
Claro, todas as águas daqui são cristalinas e têm boas energias.
Amélia está se sentindo só. Acha que quando voltarmos para a Terra ela vai ficar solitária.
Mas é obvio que ninguém fica solitário aqui. Está para chegar a irmã de Angelina, e vai precisar de muito carinho. Ela é um doce de moça. ─ Disse irmã Luísa.
Vai ficar lá em casa?
Por enquanto ficará no centro de apoio. Só depois de alguns meses é que poderemos decidir melhor. Mas, mudando de assunto, eu soube que aqui também faz um pouco de frio e à noite é preciso usar a lareira.
É, o ar daqui é típico de campo. Mas, é um ar bem melhor do que todos que já conhecemos na Terra.

E assim, a semana se passou bem rapidamente para as amigas. Elas puderam aproveitar o máximo de tudo que lhes era oferecido.
Nos últimos dias, Amélia conheceu Flávio, um médico bastante dedicado que cuidava de seus pacientes com muito carinho. Os dois fiaram bem próximos, as afinidades entre eles eram grandes. Mas, Flávio não morava na mesma cidade de Amélia.
Ele morava num lugar um pouco mais distante. Amélia e ele aproveitaram aquele momento de lazer para se conhecer e até plantar uma semente de amor para o futuro. Só que tudo parecia um pouco complicado, achava Amélia. Para ela, Flavio nunca iria se interessar por ninguém, muito menos por uma pessoa que tivesse em condições diferentes da dele. Ela achou melhor só curtir a sua amizade e absorver ao máximo seus conhecimentos.
          No último dia da viagem, estava tristonha, pensativa. Já sentia a saudade de um não sei bem que em seu coração. E quando Flávio se despediu, dizendo que quando pudesse, iria até Novo Horizonte visitá-la, ela ficou um pouco acanhada, não sabia ao certo se era uma simples visita amigável ou amorosa, mas Flávio continuou alegre e seus olhos brilhavam de emoção e carinho por ela.
         ─ Amélia, ele gostou de você. Quem sabe, no futuro, poderá ser seu parceiro.
         ─ Gostou? Mas gostou como um amigo apenas... Vocês estão vendo demais.
         ─ Os olhos dele brilharam muito quando falava com você. ─ Falou Angelina.
         Aí, hein, Amélia? Arrasando corações! ─ Disse Graça, para cutucar Amélia.
        ─ Se vai começar de novo, eu vou deixá-la aqui mesmo!
        ─ Graça, ela não gosta dessas brincadeiras.
        ─ Então por que vive brincando com os outros?
        ─ Meninas, o transporte já chegou, vamos, vocês têm hora para voltar. O trabalho as espera. E eu fico por aqui mesmo, o meu só chegará amanhã, pois minha cidade é muito perto daqui. Acho que agora vou me preparar para regressar, e nos veremos em breve. ─ Se despediu Clarice.
       ─ Não quero me emocionar, vou caminhando para o micro-ônibus. Até mais para todos.




















Um comentário:

  1. Olá amiga!
    Saudades!!!!!!!!!!!
    Estou corrida,mas não deixo de acompanhar essa historia maravilhosa.
    Beijosssssssssssss

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